Incendios: Fogo de situação muito complicada ameaça aldeias

Segundo fontes da TVI “Dois bombeiros feridos em Abrantes. Mais um dia em que as chamas não dão descanso, um pouco por todo o país, e colocam aldeias e populações em perigo. O fogo de Mação, em Santarém, alastrou com violência à freguesia de Belver, concelho de Gavião, já distrito de Portalegre, provocando, inclusive, o corte da A23.”

A situação é muito complicada e o fogo ameaça duas aldeias. “O incêndio veio do Rosmaninhal, em Mação, e entrou na freguesia de Belver com muita violência e está a dirigir-se para as aldeias de Arriacha Fundeira e Torres”, disse à agência Lusa a presidente da junta de freguesia local, Martina Jesus.

“O vento está muito forte, a mudar sempre de direção, e com grandes projeções das chamas”, disse a autarca de Belver, freguesia que no final de julho já havia sido atingida pelas chamas provenientes de um outro incêndio de Mação, e que devastou, então, “cerca de 5 mil hectares da freguesia, quase 80% do território”.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Gavião, José Pio, relatou que a situação é “muito complicada”, uma vez que o incêndio está a aproximar-se das aldeias de Torre Cimeira e Torre Fundeira.

Bombeiros feridos em Abrantes

Também no distrito de Santarém, mas em Abrantes, dois bombeiros ficaram hoje feridos quando combatiam as chamas. Sofreram queimaduras de 1º e 2º grau, tendo um deles sido transferido para Lisboa.

“Os dois elementos feridos estavam com um autotanque de Abrantes e sofreram queimaduras de 1º e 2º grau, um num braço e numa mão e o outro numa perna, no combate ao incêndio que lavra em Lercas”, Mouriscas, concelho de Abrantes, detalhou à Lusa fonte do comando das operações.

O incêndio em Abrantes decorre daquele que começou às 00:01 de quarta-feira no concelho de Mação e que também já se propagou para o Sardoal e já provocou mais de 100 deslocados.

A presidente da Câmara Municipal de Abrantes indicou que o fogo encontra-se com “uma frente ativa entre as aldeias de Lercas e de Entre Serras” e tem “vários pontos quentes”. Há registo de “muitas reativações”, disse à Lusa.

Maria do Céu Albuquerque disse ainda que o incêndio lavra, “para já, sem perigo para as populações”, ainda que se mantenham desde quarta-feira 28 pessoas realojadas, preventivamente, nas instalações da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes e do Regimento de Apoio Militar de Emergência.

O vento que se faz sentir é muito forte e estamos neste momento com meios preposicionados para podermos combater eventuais projeções e evitarmos que este incêndio propague a outras regiões”.

Relativamente ao concelho de Sardoal, o fogo lavra ao longo da freguesia de Alcaravela, desde o lugar de Tojeira até a aldeia de Vale Formoso, com vários reacendimentos, alguns deles preocupantes, afirmou o autarca Miguel Borges.

“O grande desafio é a capacidade de resposta perante os reacendimentos que possam surgir”, declarou à Lusa o presidente da Câmara de Sardoal, sublinhando que a temperatura está muito elevada e o vento sopra com alguma intensidade

Em declarações à Lusa, o vice-presidente da Câmara Municipal de Mação, António Louro, disse que o “incêndio continua descontrolado e tem três frentes ativas a lavrar com muita intensidade perto das aldeias de Rosmaninhal, Serra, e de Mação, em Cabeça da Cruz”.

Pelas 17:15 estavam no terreno a combater as chamas 1.005 bombeiros, apoiados por 290 veículos terrestres e 13 aéreos.

Mais de 450 militares no terreno

O Exército tem hoje no terreno 467 militares, 111 viaturas e três máquinas de rasto no apoio ao combate aos incêndios, confecionando, diariamente, 1.000 refeições em cozinhas de campanha nas localidades de Vila de Rei e Mação.

Em comunicado, no qual faz o ponto da situação do apoio no combate aos incêndios, o Exército refere que, no âmbito da colaboração em missões de proteção civil, tem empenhados no dia de hoje no “apoio à Autoridade Nacional de Proteção Civil, ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a diversos municípios, um total de 467 militares, 111 viaturas e três máquinas de rasto”.

O Exército tem, assim, no terreno 59 patrulhas que “exercem ações de vigilância em 11 áreas de patrulhamento nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Leiria, Lisboa e Faro”.

Estão ainda no apoio ao combate aos incêndios “11 Pelotões de Rescaldo e Vigilância Pós-Incêndio e três Destacamentos de Engenharia” nas regiões de Vila de Rei (Castelo Branco), Mata Loba (Braga), Aboboreira (Mação) e Louriçal do Campo (Castelo Branco).

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