Políticas impostas pela Troika tiveram custo enorme e desnecessário

O economista Joseph Stiglitz afirmou hoje que as políticas de austeridade impostas a Portugal e a outros países europeus em crise “tiveram um custo enorme”, que foi “totalmente desnecessário” e que “penalizaram a recuperação” dessas economias.

O prémio Nobel da Economia de 2001, que está em Portugal a propósito das Conferências do Estoril, defendeu hoje, em conferência de imprensa integrada naquele evento, que “é preciso reconhecer que as políticas impostas pela zona euro tiveram um custo enorme – não só em Portugal mas em todos os países em crise”.

“Creio que este custo é totalmente desnecessário. O tipo de políticas de austeridade impostas pela ‘troika’ não facilitou a recuperação. Na verdade, penalizou a recuperação”, argumentou o professor, sublinhando que os processos de ajustamento “construídos dentro da estrutura e do enquadramento da zona euro” geram “um peso desproporcionado que cai sobre os países mais fracos”, quando este fardo deveria recair nos países mais fortes.

O académico entende que “o mecanismo de ajustamento em que a Alemanha está a insistir é (…) extremamente dispendioso, ineficiente e injusto” e admite que, “uma vez feito o ajustamento, [os países] podem recuperar a prosperidade e isso pode ser sustentável”, mas alerta que haverá novos choques no futuro.

“É claro que vai haver choques algures no futuro e ninguém sabe qual vai ser a sua fonte ou como vai ser sentido nos diferentes países. E os problemas fundamentais do euro estão lá”, afirmou o professor da Columbia University, reiterando que, “quando ocorrer o próximo choque, vai haver outra vez um processo de ajustamento muito dispendioso e ineficiente” porque os defeitos do projeto da moeda única não foram corrigidos.

Joseph Stiglitz, que está em Portugal para participar nas Conferências do Estoril, recebeu hoje o Estoril Global Issues Distinguished Book Prize 2017 pelo livro “O euro e a sua ameaça ao futuro da Europa”, editado em Portugal em 2016. (Ag.Lusa>

Saúde é a principal área de inovação na região Centro

Um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian conclui que o setor da saúde é "de longe" a principal área de aplicação Read more

FMI, OMC e BM reconhecem impacto negativo do comércio em alguns setores

O Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização Mundial de Comércio (OMC) afirmaram que o comércio internacional Read more

Fisco e Segurança Social levam 41,5% do salário médio dos portugueses

Os impostos e contribuições para a Segurança Social levaram, em média, 41,5% dos salários dos portugueses em 2016, tendo em Read more

FMI considera que bancos portugueses têm demasiadas agências e funcionários

O Fundo Monetário Internacional considera que o setor bancário europeu está sobredimensionado em alguns países, referindo que em Portugal há Read more